Muito tem- se falado que o executivo moderno deve ser aquele que consegue utilizar, de forma situacional, a competência certa para a situação certa. E a competência para identificar os sinais de futuro pertencem a todos os seres humanos, porém, as mulheres, com o seu sexto sentido, têm mais facilidades para equacionar algumas situações em que o homem se depara com maior dificuldade. Por isso, as organizações vêm investindo em programas especiais para desenvolver habilidades masculinas e femininas em seus profissionais, através da implementação de novos parâmetros de convivência no ambiente de trabalho e valorização da feminilização, com suas competências especiais que enriquecem de criatividade as soluções empresariais.

Portanto, não é coincidência estarmos assistindo um maior desenvolvimento da mulher no papel profissional. A ascensão da mulher tem acontecido em vários setores da sociedade, muitos deles antes quase que exclusivamente ocupados por homens. É o caso da política, em que só recentemente as mulheres passaram a exercer cargos de maior responsabilidade, tornando-se presidentes de países, presidentes de casas legislativas, de partidos, de governos e de prefeituras.

A entrada da mulher no mercado de trabalho trouxe uma dinâmica diferente para os negócios e esse fato proporcionou benefícios para as organizações, porque as empresas modernas, que valorizam e abrem espaço para o indivíduo e dão maior ênfase para os fatores humanos que compõem a organização, buscam na mulher executiva o seu diferencial: a sua forma de gestão, mais participativa, a sua flexibilidade, capacidade de ouvir, sua resistência às adversidades, a incorporação melhor das metas a longo prazo, sua afeição ao trabalho, sua capacidade de ser mais detalhista, questionadora, cobrar resultados mais rápidos e pesquisar mais sobre os problemas. Além disso, tornam o ambiente mais dinâmico e instigativo.

Porém, se olharmos para um período não longínquo, veremos que durante muito tempo a mulher ocupou um lugar de inferioridade na sociedade. A aceitação da condição feminina estava assentada na maternidade como sendo o destino da mulher. Nesse período, o âmbito doméstico e seus atributos eram responsabilidade da mulher, enquanto o trabalho que dizia respeito ao sustento da família constituía-se um atributo exclusivamente masculino. Com o tempo, o papel da mulher, na sociedade patriarcal, foi-se desgastando, dando lugar a novos referenciais, e os valores antigos foram se transformando.

A mulher começou a ocupar um novo lugar na sociedade, através das suas competências e isto
acelerou as discussões sobre os novos papéis de homens e mulheres. E esta nova mulher surge com a força desbravadora de quem está ocupando um espaço diferenciado e, ao mesmo tempo, operando uma transformação significativa na sociedade. Ela está tendo a oportunidade de mostrar a si e à sociedade o quanto é capaz em termos de conhecimento, habilidade, atitude, produção intelectual, tomada de decisões, participação – tudo aquilo que só era permitido aos homens.

Mas como entender em tão pouco tempo tamanha transformação? Como entender o processo de dissolução das relações tradicionais? Afinal estamos assistindo à crise da estrutura social patriarcal autoritária e, de certa forma, à ascensão da estrutura da sociedade matriarcal. A urbanização, a educação e a politização das mulheres são fenômenos que se somam aos novos tempos de maior liberdade feminina.

Seja no ambiente de trabalho ou na vida pessoal, as mulheres buscam, cotidianamente, superar
desafios, colecionar conquistas e deixar sua marca na sociedade. E falarmos sobre as conquistas e os desafios das mulheres na sociedade e no trabalho é de extrema importância, para que possamos evoluir cada dia mais, bem como para reverenciar pelas conquistas.

Helena Monteiro
IMPARH Assessoria
Rio, 12/02/2022